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Alvorada/Profissional

Em julho de 1963 a Revista Quatro Rodas trouxe pequena reportagem sob o título “Simca reduz o luxo para baixar o preço”.

 

Era o Simca Alvorada, versão simplificada do Chambord lançada a pedido do governo federal para que os automóveis tivessem preços mais acessíveis. No caso do Alvorada, a economia era de Cr$ 315.000.

 

Na prática, o Alvorada era o irmão gêmeo mais pobre do Chambord. A mecânica era a mesma. As cores externas eram poucas, sem combinações, havendo basicamente o amarelo e o cinza. O estofamento dos bancos e as laterais de porta eram lisos, de material inferior aos do Chambord, acompanhando a cor do carro. O revestimento do painel também era mais simples. Pára-sol existia apenas o do motorista.

 

Do painel foram retirados alguns botões, como os de controle de ar, já que inexistia ventilação forçada para desembaçar o para-brisas e para o interior do veículo. O relógio elétrico e o odômetro parcial caíram fora. Os passageiros do banco traseiro não tinham o cinzeiro, o acendedor e cigarros e nem a luz interna do Chambord. O esguichador de água no para-brisa também não equipou o Alvorada. As alças de apoio foram retiradas.

 

Não havia cabo para abrir o capuz de motor de dentro do veículo, o motorista tinha que soltar a trava enfiando a mão através da grade dianteira. Apenas a porta do motorista era aberta com a chave pelo lado de fora.

 

Os faróis de neblina deram lugar a duas setas parecidas com as de caminhão. Alguns frisos e ornamentos internos e externos do Chambord foram suprimidos.

 

Os cromados foram sensivelmente reduzidos: não havia frisos no para-brisas e vidro traseiro, os aros do farol e lanternas traseiras eram pintados da cor do veículo, inexistia o ornamento externo da coluna traseira. As calotas eram menores e mais pobres.

 

Ao todos foram feitos apenas 378 modelos Alvorada, cuja produção foi desativada provavelmente para não haver concorrência com o Chambord e também para não depreciar a imagem de beleza a ele vinculada, um dos seus mais fortes argumentos de venda.

 

Em meados de 1965, o governo federal incentivou a produção de veículos econômicos que poderiam ser adquiridos através de financiamento de 4 anos com juros de 1% ao mês concedido pela Caixa Econômica Federal. A Simca participou do empreendimento através do Simca Profissional, na verdade o Alvorada ressuscitado ainda com menos acessórios.

 

Como o nome indica, o público alvo do Profissional eram os motoristas profissionais (táxi).

 

Suas cores eram mais agressivas e variadas que o Alvorada, como amarelo ovo, verde limão e branco marfim. Mas para oferecer o veículo com preço inferior ao do Chambord em 30% a fábrica precisou retirar até o orifício para o rádio e a tampa do porta-luvas. Os pára-choques eram pintados de cinza escuro, as suas garras protetoras de pequenos choques foram suprimidas. O aro da buzina também perdeu o cromado, em seu lugar vinha pintura.

 

O estofamento era de plástico vermelho escuro, o revestimento interno das portas, ainda mais pobre que o do Alvorada, apresentava papelão pintado preso com parafusos. O porta-malas não trazia qualquer tipo de revestimento.

 

A mecânica era a mesma da linha Tufão, mas o radiador de óleo e o regulador manual de ignição não vinham com o Profissional. A diminuição de peso conferiu ao veículo desempenho superior ao do Chambord e mais próximo ao do Rallye.

 

Os revendedores Simca chegaram a colocar alguns acessórios para facilitar a venda do Profissional, que embora mantivesse a linha básica do Chambord era visivelmente mais pobre e, desta forma, não seduzia o público. Era comum o próprio comprador equipar o veículo com o passar do tempo.

 

Ao contrário do Alvorada, que vinha com um “A” identificando o seu número de série, o Profissional não tinha identificação específica e deixava a linha de produção com o mesmo “C” característico do Chambord, o que nos impossibilitou de verificar quantos veículos foram produzidos.

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